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São os primeiros Cantos de um pobre poeta. Desculpai-os. As primeiras voses do sabiá não tem a doçura dos seus canticos de amor.

É uma lyra, mas sem cordas : uma primavera, mas sem flores, uma coroa de folhas, mas sem viço.

Tantos espontaneos do coração, vibrações doridas da lyra interna que agitava um sonho, notas que o vento levou, como isso dou a lume essas harmonias.

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São as paginas despedaçadas de um livro não lido..... E agora que despi a minha musa saudoza dos véos do mysterio do meu amor e da minha solidão, agora que ella vai semi-núa e timida por entre vós, derramar em vossas

almas os ultimos perfumes de seu coração-O' meus amigos, recebei-a no peito, e amai-a como o consolo que foi de uma alma esperançosa, que depunha fé na poesia e esses dous raios luminosos do coração de

no amor

Deos.

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MEO DESEJO

Meo desejo? era ser a luva branca
Que essa tua gentil mãosinha aperta :
A camelia que murcha no teo seio
O anjo que por te ver do céo deserta.........

Meo desejo? era ser o sapatinho
Que teo mimoso pé no baile encerra..
A esperança que sonhas no futuro,

As saudades que tens aqui na terra.........

Meo desejo? era ser o cortinado

Que não conta os mysterios de teo leito;

Era de teo coslar de negra seda

Ser a cruz com que dormes sobre o peito.

Meo desejo? era ser o teo espelho
Que mais bella te vê quando deslaças
Do baile as roupas de escomilha e flôres
E mira-te amoroso as nuas graças!

Meo desejo? era ser d'esse teo leito
De cambraia o lençol, o travesseiro
Com que velas o seio, onde repousas,
Solto o cabello, o rosto feiticeiro....

Meo desejo? era ser a vóz da terra
Que da estrella do céo ouvisse amôr!
Ser o amante que sonhas, que desejas
Nas scismas encantadas de languor!

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