São os primeiros Cantos de um pobre poeta. Desculpai-os. As primeiras voses do sabiá não tem a doçura dos seus canticos de amor. É uma lyra, mas sem cordas : uma primavera, mas sem flores, uma coroa de folhas, mas sem viço. Tantos espontaneos do coração, vibrações doridas da lyra interna que agitava um sonho, notas que o vento levou, como isso dou a lume essas harmonias. São as paginas despedaçadas de um livro não lido..... E agora que despi a minha musa saudoza dos véos do mysterio do meu amor e da minha solidão, agora que ella vai semi-núa e timida por entre vós, derramar em vossas almas os ultimos perfumes de seu coração-O' meus amigos, recebei-a no peito, e amai-a como o consolo que foi de uma alma esperançosa, que depunha fé na poesia e esses dous raios luminosos do coração de no amor Deos. MEO DESEJO Meo desejo? era ser a luva branca Meo desejo? era ser o sapatinho As saudades que tens aqui na terra......... Meo desejo? era ser o cortinado Que não conta os mysterios de teo leito; Era de teo coslar de negra seda Ser a cruz com que dormes sobre o peito. Meo desejo? era ser o teo espelho Meo desejo? era ser d'esse teo leito Meo desejo? era ser a vóz da terra |